quinta-feira, 31 de julho de 2008

Velhice ativa

Enquanto vinha para casa com minha inseparável bicicleta, vinha pensando... É impressionante a quantidade de pessoas da terceira idade que fazem atividade física aqui em Grenoble. Não sei no resto da França e Europa, mas aqui pode-se facilmente encontrar pelas ruas pessoas mais velhas devidamente fardadas e paramentadas fazendo algum tipo de exercício físico. Tanto pode ser uma simples caminhada, como andar de bicicleta, ou indo para um passeio na montanha (Randonnée) com seus bastões em mãos (bastões parecidos com os usados para esquiar, para ajudar nas trilhas da montanha).

Em geral, eles gozam de um excelente e invejável condicionamento físico. Eu já fui ultrapassada várias vezes enquanto andava de bicicleta por senhores com suas panturilhas super musculosas. Acho muito legal espírito de velhice ativa e me envergonho cada vez mais de cada dia de sedentarismo da minha vida. Agora que retomei a andar de bicicleta quero ver se mantenho, para o bem da minha velhice!!

domingo, 27 de julho de 2008

Domingo no Lago

Hoje, passei o domingo na beira de um lago na companhia de amigos brasileiros. O nome do lugar é Bois Français e é uma boa opção (além de ser a mais próxima) para divertir-se e relaxar a beira d'água. Almoçamos um gostoso churrasco à lá francesa (bifes de carne assam sobre uma grelha que está sobre a brasa, sem espetos). Foi bastante agradável, mesmo com todos os mosquitos que estavam revoltados depois da chuva de ontem. Eles fizeram a festa nas minhas pernas. Ahhh, também teve um mala, bêbado e chapado, que quis se auto-convidar para o churrasco e ainda de quebra lançar uma trova para os lados de uma das gurias. O azar dele é que a gente não aceitou o auto-convite e ainda de quebra, o marido da guria sugeriu que ele fosse trovar em outra freguesia. E ele foi.

Livrando-se do mala, terminado o almoço, terminada a cerveja, passamos a tarde pela beira do lago, que não é muito grande, mas bem cuidado. E foi nessa parte do dia que vi a maior quantidade de mulheres fazendo topless desde que cheguei. E não eram mulheres lindas e maravilhosas com seios perfeitos, não. Tinha de tudo, desde pequenos e arrebitados até grandes e caídos, de várias idades e de diferente cores. Embora eu ainda não consiga ver isso com a naturalidade que as pessoas daqui veêm devido as minhas cargas culturais e muito menos pensar em fazer um, eu admiro essa conduta de liberdade das mulheres daqui. Liberdade e não vulgaridade. Elas andam acompanhadas de familiares sem a parte de cima do biquini naturalmente, sem que isso seja uma ação vulgar e, também, sem gerar reações maliciosas. Nem de longe pode-se comparar com a imagem da popozuda do momento rebolando no programa dominical do canal aberto, isso sim é vulgar (não precisa falar das reações, né!).

Bom, fica a mensagem das francesas de seios expostos com liberdade e sem vulgaridade. Eu sei que isso não se enquadra nos moldes culturais brasileiros assim como eles são hoje, mas bem que dava para "imitar" a parte do sem vulgaridade, né?!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Dilema

Diariamente eu passo por um dilema: eu cumprimento as pessoas dizendo bonjour (bom dia) ou salut (oi, olá). Primeiro eu pensei: bonjour para pessoas mais velhas, salut para os de idade equivalente. Não deu certo. Depois, pensei: bonjour para quem não conheço bem ou cumprimento pela primeira vez e salut para os que já tive alguma conversa prévia. Também não deu certo. Tentei decorar quem fala um e quem fala o outro. Nem preciso dizer que não deu certo, nunca fui boa em decoreba.

Cheguei até a pensar que estaria ofendendo alguém cumprimentando com salut (mais informal) e obtendo um bonjour (mais formal) como resposta. Sei lá, os franceses são cheios de convenções. Mas meus amigos com mais estrada aqui me tranquilizaram, uma resposta diferente da que eu falei não significa ofensa.

Por fim, resolvi que iria esperar a outra pessoa falar primeiro, daí eu sempre ia acertar. O problema é que sou meio afobada e me preparo para dizer um deles e a pessoa fala justamente o outro. Daí já viu, né! Bom, enquanto isso eu sigo "errando" os cumprimentos, mas sempre mostrando os dentes para ver se o carisma ameniza minha forma atravessada de cumprimentar.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Tour de France

Hoje o Tour de France passou por Grenoble. Eu não tinha a menor idéia da festa que ele é. Em torno de 1 hora e meia antes dos atletas passarem muito rapidamente pelas ruas da cidade o povo já os esperava. A infraestrutura já estava pronta, com as ruas trancadas e o tráfego desviado da rota do tour. O tempo de espera da passagem dos atletas é o momento em que uma porção de empresas faz propaganda. Uma série de carros (carros de som e alegóricos) passam distribuindo brindes a população. E é muito brinde. Cada marca fazendo o seu esforço para ser lembrada.

Achei bem divertido, pena que não pude ficar para ver, pois tive que ir resolver umas burocracias. O lado bom de ter perdido a festa é que, finalmente, minha carte de séjour (documento que me autoriza a morar aqui) está confirmada.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Transporte coletivo - O Retorno

Eu disse que eram duas partes, mas lembrei de um episódio que merece ser contado. Num dia de chuva, eu estava num ônibus que quase não andava por conta do engarrafamento. Aliás, engarrafamentos aqui são muito frequentes. Devagar quase parando o ônibus aproximou-se de uma parada onde havia um senhora de idade aguardando o veículo. O problema é que o motorista acabou parando longe da calçada, o que levaria a senhora ou a descer do meio fio que era alto ou dar um passo grande. Quando o motorista abriu a porta a senhora deu-lhe uma baita ralhada. "Está muito longe!" disse ela. Achei que o motorista ia bufar, mas não, tal qual uma criança depois de um xingão, meio cabisbaixo, manobrou o veículo aproximando-o da calçada e parando exatamente na frente da senhora. Ela agradeceu e entrou.

Depois dessa história e das duas postagens anteriores os questionamentos são inevitáveis:
- Quando é que vamos ver esse tipo de respeito ao idoso/passageiros de modo geral, nos transportes coletivos do nosso Brasil varonil?
- E informações aos passageiros suficientes e eficientes (mapas, horários, identificação de paradas)?
- E ............... (complete o pontilhado com o seu questionamento)

Ver uma outra realidade faz com que tu veja a tua sobre uma nova ótica. Muitas das coisas daqui NUNCA dariam certo na nossa cultura, mas que dava para chegar bem perto... ahhh isso dava!

domingo, 20 de julho de 2008

Transporte coletivo II

Dando continuidade aos relatos sobre o transporte coletivos daqui, vou explicar seu funcionamento. Para andar nos ônibus, pode-se adquirir um cartão com um número x de viagens em um dos postos de venda ou comprar diretamente no ônibus. No primeiro caso escolhe-se entre as várias opções a que lhe convém: 1 viagem, 1 dia, 10 viagens, 1 mês, ... até 1 ano! Senão pode-se comprar 1 passagem no ônibus mesmo, mas o pagamento é diretamente com o motorista. Aqui não têm cabradores nem catracas. Tu mesmo pega o cartão (o que o motorista te deu, ou o que comprou em outro lugar) e passa numa maquininha que tem na entrada do ônibus. E todo mundo valida sua passagem, expontaneamente.

Já nos tramways a validação da passagem acontece antes de entrar nele, que também não tem catraca nem cobrador. Daí sim, tem muita gente que anda de graça. Mas existem fiscais que entram aleatóriamente nos vagões e conferem o pagamento da passagem. Não pagou: multa. Eu prefiro sempre validar minha passagem, mas já andei de graça algumas vezes (do tipo: se eu validasse eu não entraria no bonde, ou então por ter esquecido meu cartão mensal, ou então por ser tarde da noite).

Mas como o kassick comentou na postagem anterior, nem tudo aqui é só alegria, os tempos de espera entre conexões é um inferno. A grande diferença aqui é que tu sabe quanto vai esperar, daí tu pode começar a bufar tal qual os nativos. Outro inferno é que a frequência reduz drasticamente depois que todo mundo chega em casa do trabalho. Os ônibus só funcionam até as 8:30 da noite e os tramways até em torno de 1 da manhã (em função disso, a maioria das festas acaba por volta dessa hora!), mas a partir das 8:30 com grandes intervalos entre as passagens. Agora, ruim mesmo são os horários de férias, bei. E é por isso que sou cada vez mais feliz com minha bicicleta!

Transporte coletivo I

Eu tinha prometido falar sobre o sistema de transporte coletivo daqui. Ele é simplesmente muito melhor que o de qualquer cidade brasileira que eu conheça. É tão bom, que para falar de tudo e não me estender demais resolvi dividir em duas partes: a infraestrutura e o funcionamento.

Começando pela infraestrutura, além dos ônibus existem as linhas de tramway que são bondes elétricos que ligam as principais regiões da cidade, levando mais de 100 pessoas em cada viagem. Todas as paradas têm um nome estampado em sua estrutura metálica, então tu sabe que vai da parada X1 até a parada X2. Graças a um sistema GPS, esses nomes aparecem num letreiro dentro da maioria dos ônibus e bondes (letreiro esse que muda conforme a parada e avisa qual é a próxima). Nos bondes ao aproximar-se de uma parada ela é anunciada por uma foz feminina num francês bem pronunciado (ou seja, não tão rápido como de costume).

Em cada parada, tem um mapa com todas as linhas de ônibus, bondes e o nome das paradas. Uma espécie de selo redondo vermelho indica onde tu estas e ao lado tem as tabelas com todos os horários em todos os dias da semana, incluíndo sábados, domingos, feriados e períodos de férias. Uma versão um pouco menor de tais mapas podem ser conseguidos no guiche de informações turísticas e te dá completa autonomia na cidade. Também graças ao sistema GPS, nas paradas to tramway e de ônibus na região central da cidade existe um placar eletrônico que avisa quanto tempo falta para o próximo veículo e também para o seguinte. Assim tu sabe quanto tempo tu vai esperar e identifica se aconteceu algum problema ou se tem congestionamento, já que o tempo pára de diminuir.
(... continua...)

Je suis désolé!

Essa é a expressão francesa que mais me irrita. Ao pé da letra, a frase seria um "eu estou desolado!", mas uma boa tradução é "lamento!". Por exemplo, fui num organismo municipal daqui para acrescentar alguns documentos a outros que já estavam lá. Era a folga da secretária responsável e a substituta tentou, sem muito esforço, encontrar a minha pasta e não teve sucesso. Daí ela me disse que estava desolada, mas que eu teria que voltar noutro dia quando a responsável estivesse trabalhando. Pensei, será que ela não vai dormir de noite de tão desolada!?!? Duvido. Mas pelo simples fato de ter usado a frase mágica ela se redimiu de qualquer sentimento de culpa.

O grande problema é que se escuta isso muito... tanto que a frase já soa pejorativa. Talvez o agravante seja a minha falta de costume com essa convenção de 'boas maneiras' francesas. Tanto que até esqueço de usá-la. Por exemplo, um dia uma vizinha me perguntou se eu tinha televisão, respondi só um não. Ela me repetiu a pergunta, frisando que estava falando do aparelho televisor. Respondi que tinha entendido e que não a tinha. Ela me olhou com cara de interrogação mas deu-se por satisfeita. Pensei, será que ela acha que estou mentindo? Que nada, um amigo que mora aqui a mais tempo me disse que eu devia ter dito que estava desolada, daí ela teria me entendido melhor!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Plano B

Acredito que um pouco de precaução sempre faz bem. Pois é, para o caso de eu não conseguir ser uma doutora em computação estou me dedicando para ser uma mestre cervejeira. Não que este último seja fácil, mas é mais do que o primeiro!

Devo essa nova ocupação ao Hermann que me convidou para ajudá-lo. É bem divertido acompanhar todos os processos de fermentação. O chato é ter que esperar para provar a cerveja... mas lhes garanto que a espera vale a pena. A primeira leva de cervejas está quase pronta e já agrada ao paladar, tem pressão, faz uma boa espuma,... igualzinho a uma cerveja industrializada.

Nós ainda estamos usando os kits para iniciantes, mas se a coisa continuar progredindo, logo, logo vamos partir para os tópicos avançados. Além do divertimento, quem sabe no futuro a gente não abre um bar oferecendo uma diversidade de cervejas caseiras?

terça-feira, 15 de julho de 2008

O Pão Francês

O pão francês merece um espaço no meu blog. Primeiro pela forma como é carregado: em baixo do braço, bem no sovaco. Pensei que isso não acontecesse mais nos dias de hoje, mas não canso de ver a clássica figura do francês carregando sua baguette em baixo do braço pelas ruas. Confesso que já senti vontade de fazer o mesmo! Imaginem-se carregando um pão de 60 a 100 centímetros. Ele não cabe direito na sacola e quando cabe atrapalha. Daí, tu acaba levando na mão mesmo, mas dependendo de onde tu pega, ele bate no chão ou fica incomodo... e assim tu vai até em casa. A não ser que se queira fazer tal qual um vivente que vi num supermercado. Ele simplesmente quebrou a baguette no meio e colocou dentro da mochila. E com uma agressividade tamanha que até me compadeci do pão!!

Mas o esforço para levá-lo para casa vale a pena, o pão é bom. É bom, mas no dia que tu compra que foi o dia em que ele foi feito. Nem preciso dizer que um pão com tais dimensões para uma pessoa que mora sozinha sempre vai sobrar um bom pedaço. No dia seguinte, ele serve como um ótimo teste da rigidez e sustentabilidade de suas mandíbulas. A casca levemente crocante do primeiro dia se transforma numa cobertura levemente rígida e de difícil fragmentação. No dia depois do dia seguinte ele se transforma numa arma, um verdadeiro porrete! A tal casca fica praticamente inquebrável. Ainda bem que existem os pães de sanduíche que duram vários dias e que são a alegria das minhas mandíbulas!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O 14 de julho

O 14 de julho está para a França assim como o 7 de setembro está para o Brasil. Inclusive com direito a desfile militar ao som da Marseillaise tocada ao vivo por uma fanfarra. Observação 1) havia muito mais bombeiros que qualquer outro tipo de regimento militar no desfile. Aqui, os bombeiros tem uma participação muito mais ativa na vida cotidiana, uma vez que são chamados com grande frequência pela população. Observação 2) um dos pelotões tinha uma bandeira com um rabo de cavalo (rabo de cavalo de verdade!!) atado em seu mastro! Eu não entendi, mas fiquei feliz em ver que as pessoas ao meu redor ficaram tão surpresas quanto eu.

Mais do que um feriado com forte carga histórica, o 14 de julho também marca o início das férias de verão. De agora em diante a cidade (e a universidade, e o laboratório, e etc) tende a esvaziar. Bom, que venham as férias!!

domingo, 13 de julho de 2008

Baita coincidência

Durante meu primeiro mês aqui, eu morei numa casa com mais 5 pessoas: 2 franceses e 3 gregos. Um belo dia descobri que tinha nascido no mesmo ano, mesmo mês, mesmo dia e, acreditem, mesma hora que um dos gregos. Fizemos as contas da diferença de fuso e concluímos que nascemos no mesmo intervalo de hora.

Uma brasileira e um grego que nasceram praticamente ao mesmo tempo acabaram dividindo o mesmo teto na França. Isso é uma baita coincidência!!

sábado, 12 de julho de 2008

A adorável senhora

Enquanto esperava o ônibus cheia de sacolas, chegou uma senhora e começou a conversar comigo. Primeiro sobre o ônibus que ainda ia demorar mais uns 10 minutos (conto sobre o sistema de transporte numa próxima postagem). Depois, sobre o baile da terceira idade que estava indo. E veja bem, ela havia sido especialmente convidada para o baile, ela tinha um encontro!! Contou-me também sobre sua família e que era viúva já há algum tempo.

Perguntou-me porque estava em Grenoble e o que eu estudava, mas não se interessou em saber qual era a minha nacionalidade. No ônibus, ela passou o percurso inteiro em pé, ao meu lado conversando. Quando fui descer do ônibus, falei que estava encantada em conhecê-la e que tinha sido um grande prazer. Ela agradeceu-me pela conversa e disse: "Conserves esse sorriso no rosto minha jovem, com ele conseguirás tudo o que quiseres!". Estou fazendo a minha parte, espero que a profecia dela se concretize!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Conhecendo pessoas...

É inesplicável, mas eu já conheci várias pessoas em paradas de ônibus aqui na França. Tudo começou com um francês que trabalha no INRIA ainda na outra vez que estive aqui. Depois, já em maio passado, foi a vez de conhecer uma senhora francesa adorável. Tão adorável ela merece uma postagem só para ela, aguardem.

Ainda teve o tunisiano que me contou bastante sobre a cultura dele, me pagou um café e um almoço (nesse momento eu quase suspeitei das intenções dele!). E ainda tem o marroquinho que namora uma brasileira de São Paulo que sempre que me encontra larga um: "tudo bem?". Mas essa popularidade foi antes de comprar a bicicleta e parar de andar em coletivos... bom, tudo na vida tem seu lado bom e o ruim!!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Cantadas pela ruas...

Logo que cheguei me surpreendi com as cantadas que recebi na rua. E olha que eu não sou, nem de longe, um exemplo de beleza feminina!! Não que eu nunca tivesse ouvido cantadas do gênero no Brasil, só não esperava ouvi-las aqui. Por exemplo, enquanto eu andava na calçada, um cara de carro parou e queria me levar para dar uma volta. Já outro, numa bicicleta, queria me acompanhar e saber mais a meu respeito. Sem contar os que quando passo pela rua falam coisas que não consigo entender e fico feliz por não entendê-las.

Primeiro, pensei que o motivo era a primavera, já que havia chegado no mês de maio. Depois, pensei que poderia ser minha mania de estar sempre mostrando os dentes. Mas daí prestei mais atenção e percebi que, na maioria das vezes, quem tem esse tipo de atitude não é francês, são outros estrangeiros que povoam a França. Em resumo sobram duas constatações: 1) culturas diferentes chocam-se facilmente e 2) homens são homens em qualquer lugar!

terça-feira, 8 de julho de 2008

O banheiro francês

Um dos primeiros choques culturais acontece na ida ao banheiro. Para início de conversa, existem dois tipos de banheiro: o toilette e a salle de bain. O primeiro é onde tem o vaso sanitário e o segundo é onde se toma banho e em muitas vezes eles ficam separados. Logo, se o cidadão quer fazer o número 1 ou o número 2 antes de tomar banho, precisa visitar dois cômodos da casa. Por sorte e por falta de espaço, no meu apartamento tenho os dois banheiros num só.

Mas o que realmente chama atenção é o fato de não existir lixiera junto ao vaso sanitário. O papel higiênico usado é jogado no vaso e vai embora quando dá-se a descarga. No início, fiquei me perguntando se não iria entupir, depois vi que era besteira, afinal o encanamento da vazão a coisas bem mais consistentes, não seria um papel que se disolve fácil que iria entupir! Hoje em dia acho até mais fácil não ter que dar fim no lixo do banheiro.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Assinado, registrado, carimbado....

Hoje assinei o contrado de aluguel do meu apartamento. Eu precisei de um fiador e meu orientador daqui, gentilmente, aceitou me prestar esse favor, fornecendo-me cópia de uma dúzia de papéis. Ele só não esperava ter que ir junto comigo na imobiliária assinar o contrato, ele claramente demonstrou achar que se tratava de um exageiro.

Eu só não esperava que ele fosse dizer, redizer, argumentar, contra-argumentar e repetir várias vezes para o dono da imobiliária, que tudo aquilo era um exageiro para um contrato que envolvia pouco dinheiro. Enquanto isso, ele manuscrevia (sim, escrevia a mão para mostrar fidedignidade) uma página enorme do contrato, reforçando que das outras vezes que havia sido fiador não tinha feito tudo aquilo.

Depois que saímos ele me disse que achava que todo o exageiro era porque eu sou brasileira. Não sei, pode até ser, embora muitos tenham me avisado que tratar com imobiliária na França é sempre uma novela. O que eu sei mesmo é que no final de toda essa burocracia, aqui estou eu, no meu apartamento novo.

domingo, 6 de julho de 2008

O que realmente tem feito a diferença

A minha primeira postagem não poderia tratar de outro assunto. Ela é sobre o que realmente tem feito a diferença perante todas as situações aqui no estrangeiro. Os meus amigos.
Durante toda a minha vida, sempre fui abençoada com bons amigos. Aqui não é diferente. Inclusive, não vou nem listar nomes para não correr o risco de ser injusta ou esquecer alguém, só vou listar feitos:
  • Foram me buscar no aeroporto em Lyon quando cheguei (evitando que eu sofresse sozinha com minhas malas);
  • Me emprestaram o apartamento enquanto viajavam;
  • Me emprestaram dinheiro;
  • Me deram todas as dicas básicas de sobrevivência em Grenoble (inclusive o endereço dos melhores kebabs);
  • Me ouvem e me apoiam quando reclamo da burocracia francesa;
  • Me ajudaram a encontrar um lugar para morar e a fazer a mudança;
  • ...
A lista continua, mas não posso fugir a promessa de manter postagens curtas, então vou resumir tudo em duas palavras aos meus bons amigos: MUITO OBRIGADO!!!

Abrindo os trabalhos...

Finalmente arrumei tempo e vontade (os dois juntos!) para criar meu blog. Desde que cheguei na França, não param de acontecer episódios bizaros (ou engraçados, ou irritantes, ou estranhos, ou...) e acredito que eles mereçam ser expostos para o conhecimento/divertimento de todos.

Tentarei ao máximo ser sucinta nas minhas postagem para, nem tomar muito do meu tempo, nem do de quem quiser ler.

p.s.: Obrigada Fran Zanon, tu nem sabe, mas foi lendo teu blog que criei entusiasmo para fazer o meu ;)